Andando distraída pela rua, preocupada em não pisar nas sujas poças d'água desta Rio de Janeiro, eis que percebo um movimento.
São lindos pedacinhos de papel laranja, linda cor, linda textura, terrível contexto...
Me assusto, por mais que isso possa parecer normal e cotidiano.
Paro, olho e digo : "Não foi uma boa coisa isso, né?!"
O 'porteiro' do boteco, boteco de gente bonita e sofisticada, tinha acabado de lançar ao léu, despejando na calçada, um punhado de papel.
Lixo!
Olho para dentro do pequeno espaço que ele ocupa na entrada do boteco, ele logo entende o que estou procurando e se adianta respondendo : "Não tem lixo (lixeira) aqui!"
E eu, num tom suave, digo numa afirmativa convincente : "Da próxima vez você vai jogar na lixeira, né?
E ele me responde com um sorriso amarelo, sem graça, quase, mas quase me pedindo desculpas.
Saio caminhando e dizendo : "Valeu..."
Sinto-me feliz, plena, com a esperança de ter conseguido mexer, mesmo que um pouco, um início de mudança de postura...
Feliz!
texto de Márcia Tonon - 08/out/2008 - 20h15
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